work by Alain Briot o peso do silêncio é já maior do que era o do teu corpo nu.
ponho-te de lado. tem de ser. não respiro.
tudo porque o arco-íris apontou o local onde a morte bateria e ninguém o olhou. ninguém quis. ninguém viu o sinal. e eram tantas cores. as cores todas que em rodopio mistura fazem branco. pureza. inocência. infância.
os grandes estavam tão ocupados a ser grandes. a distrair-se do mundo e do amor. talvez tenham razão, o amor tem peso, muito peso. quase tanto quanto o teu orpo nu que eu empurrei para falar. antes de dar um grito de loucura sã.
os grandes não olharam os céus. olharam-se vagamente uns aos outros. orgia de palavras, tilintar de copos, roupas leves. nada de sobressaltos que afinal a vida são dois dias. dois minutos. dois segundos, menina?
a morte estava na casa para onde apontara o arco-íris. uma alma espraiou-se até ao mar em mistura com o esplendor do céu. os dois foram um só.
houve muito barulho. tanto que me estoiravam os ouvidos. tive vontade de ter o poder de silenciar aquela vozearia. histeria calculada. fria. jogada a poker.
agora há ainda que esperar.
mas só um menino que com ela brincou ainda acredita. - os meninos têm de acreditar em qualquer coisa ou em alguém - que ela voltará para brincar na praia.
work by angel decay
para ele ela virá?
- ainda não. deixa-me agora. tenho sono. um sono sem vontade de acordar.